Cachalote

Família:
Physeteridae

Nome específico:
Physeter macrocephalus (Linnaeus, 1758)

Nome comum:
cachalote, sperm whale

Distribuição:
Ocorre em todos os oceanos especialmente em águas profundas, evitando apenas as regiões polares. Os machos adultos se aproximam mais dos polos que as fêmeas e os juvenis que podem permanecer todo o ano em regiões tropicais. No Brasil, sua distribuição abrange uma grande faixa de nosso litoral, desde o Rio Grande do Sul até a região nordeste, onde são comuns os encalhes.

Peso, medidas e características:
O comprimento máximo registrado para fêmeas e machos é de 17m e 20m, respectivamente. O comprimento médio para fêmeas é de 12m e o de machos é de 15m. O peso máximo dos machos é de 52 toneladas e das fêmeas 38 toneladas. O cachalote é um dos poucos cetáceos que apresentam dimorfismo sexual, uma vez que os machos são bem maiores que as fêmeas. É um animal robusto. A cabeça é muito grande (cerca de 1/3 a 1/4 do comprimento do animal) e tem forma retangular. Na parte superior frontal da cabeça, encontra-se o órgão que produz o espermacete, substância que é importante para compensar a variação de pressão em mergulhos profundos e manter o equilíbrio do animal. A mandíbula é muito estreita e pequena, posicionada na parte ventral da cabeça. Entre as nadadeiras dorsal e caudal existem várias ondulações. A pele da parte posterior do corpo é enrugada. Sua coloração é escura e uniforme, indo do cinza ao marrom. Possui de 18 a 25 pares de dentes. As nadadeiras peitorais têm a forma de remo. O orifício respiratório fica situado à esquerda da linha central e a frente da cabeça. Por isso, o borrifo do cachalote é típico: projetado para frente e para a esquerda e pode alcançar de 2m a 5m de altura.

Como nascem e quanto vivem:
As fêmeas alcançam a maturidade sexual entre 7 e 13 anos e os machos entre 18 e 21 anos. O período de gestação varia de 14 a 16 meses. Filhotes nascem medindo cerca de 4m e pesando 1 tonelada. A amamentação pode durar de 1,6 a 3,5 anos. O intervalo médio entre as crias é de 4 a 6 anos. Podem viver até 77 anos.

Comportamento e hábitos:
Pode ser encontrado sozinho (geralmente machos adultos) ou em grupos de até 50 animais. No período de reprodução, os machos formam haréns e disputam as fêmeas com comportamentos agressivos. Animais mais velhos costumam apresentar marcas e cicatrizes pelo corpo resultantes desses combates. Geralmente, os grupos são formados por machos jovens ou fêmeas e crias, podendo estar acompanhadas por um ou mais machos adultos, o que indica haver segregação por sexo e idade. Geralmente, os cachalotes costumam se aproximar dos pólos durante o verão para se alimentarem, e retornam as áreas temperadas e tropicais durante o inverno para se reproduzirem. Mergulha muito fundo para capturar seu alimento podendo ultrapassar 2.500m e permanecer submerso mais de uma hora. Costuma saltar e colocar sua grande cabeça pra fora da água. Devido aos seus hábitos gregários, a estrutura social parece ser complexa e coesa. Em 1973, no Rio Grande do Sul, um grupo de 33 cachalotes encalharam de forma massiva. No mundo, existem famosas e importantes áreas de concentração de cachalotes como por exemplo, Arquipélagos de Açores, Madeira e Galápagos, Nova Zelândia e Noruega.

Alimentação:
Lulas, polvos e peixes (inclusive raias e tubarões) e crustáceos. O cachalote produz em seu sistema digestivo uma secreção chamada de âmbar-gris que se forma ao redor dos bicos de lula que não são digeridos. No passado, essa substância era utilizada para a fabricação de perfumes e cosméticos.

Identificação Individual:
A forma e os cortes das bordas da nadadeira caudal ou seja, seu contorno, criam um desenho único em cada indivíduo. O cachalote costuma projetar a nadadeira caudal para fora da água antes de iniciar um mergulho profundo.

Inimigos Naturais:
As orcas (Orcinus orca).

Ameaças:
Os cachalotes foram intensamente explorados comercialmente devido aos seus caros produtos como o espermacete e o âmbar-gris tendo uma das mais antigas e contínuas histórias de exploração entre os cetáceos. As capturas acidentais em redes de espera e de deriva oceânicas (drift-nets) constituem uma das mais sérias ameaças. Às vezes, os cachalotes ficam presos em cabos telefônicos colocados no fundo dos oceanos.

Status:
Encontra-se citado na categoria Vulnerável (IUCN, 1996)

Saiba como agir no caso de:

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