Golfinho de dentes rugosos

Golfinho de dentes rugosos

Família:
Delphinidae

Nome específico:
Steno bredanensis (Lesson, 1828).

Nome comum:
Golfinho-de-dentes-rugosos (que deriva das diversas estrias, finas e verticais, encontradas nos seus 20 a 27 pares de dentes. Esta característica é única entre todos os cetáceos, que possuem dentes lisos), toninha, toninha-preta, steno, rough-toothed dolphin

Distribuição:
Ocorre em regiões tropicais e temperadas quentes de todos os oceanos. É considerado um animal típico de águas oceânicas. No Brasil, porém, as avistagens ocorrem principalmente em águas costeiras, incluindo ilhas, canais, baías e regiões recifais. Sua distribuição abrange uma grande faixa de nosso litoral, desde o Rio Grande do Sul até o Ceará.

Peso, medidas e características:
É um animal robusto e forte, que pode pesar pelo menos 158 quilos. O comprimento máximo registrado para os machos é de 2,85 m e para as fêmeas 2,69 m. Dorso escuro (cinza ou marrom) e barriga clara (branca ou rosada). Apresenta no dorso uma estreita faixa cinza-escura bem definida formando um manto com um formato de ampulheta. A ponta do bico e os lábios são brancos. Costuma ter muitas manchas e arranhões pelo corpo. Entre a cabeça e o rosto ( ‘bico”) não existe uma demarcação definida o que faz com que a cabeça tenha a forma de cone.

Como nascem e quanto vivem:

A maturidade sexual de machos e fêmeas é alcançada a partir de 2,25 m e 2,10 m de comprimento, respectivamente, quando os machos tem 14 anos de idade e as fêmeas 10 anos. As fêmeas dão à luz apenas um filhote, após uma gestação de cerca de 10 ou 11 meses. O filhote nasce medindo cerca de 1,0 m. A mãe é especialmente atenciosa e carinhosa com a cria, da qual não se afasta nos primeiros dois anos após o nascimento. Podem viver pelo menos 32 anos.

Comportamento e hábitos:
Em geral, forma grupos pequenos, de no máximo 50 indivíduos, sendo mais comumente observados os grupos de 10 a 20 animais. Também pode formar grupos mistos com outros cetáceos. É um golfinho especialmente inteligente e curioso. Costuma nadar na proa de embarcações e muitas vezes é visto carregando objetos sobre a cabeça, ou presos às nadadeiras ou ao bico. Carregar objetos encontrados na superfície da água parece fazer parte do repertório de “brincadeiras” do golfinho-de-dentes-rugosos, que tem uma notável atração por objetos flutuantes e uma extraordinária capacidade manipulativa. Possui fortes vínculos sociais entre indivíduos do mesmo grupo, além de um padrão comportamental complexo e elaborado.

Alimentação:
Peixes, lulas e polvos. Em geral, ele alimenta-se de forma cooperativa e bem coordenada, utilizando estratégias de caça para concentrar a presa e encurralar os cardumes contra a costa. Enquanto estão se alimentando, os golfinhos costumam dar saltos e batidas de cauda para concentrar a presa, usando táticas de pesca muito interessantes. Apresenta o curioso costume de sacudir a cabeça na superfície da água com a presa segura pelo seu rosto, talvez para parti-la em pedaços.

Cativeiro:
Já foi mantido com sucesso em cativeiro para exibição pública em oceanários na Colômbia, Havaí, Estados Unidos e Japão. Treinadores os descrevem como animais arrojados, investigativos e altamente treináveis, mas também impetuosos e agressivos. Golfinhos-de-dentes-rugosos capturados no arquipélago de Madeira e no Mediterrâneo foram mantidos no Laboratório de Fisiologia Acústica da França para estudos.

Inimigos Naturais:
Provavelmente as orcas (Orcinus orca) e os grandes tubarões (Família Carcharhinidae).

Ameaças:
Capturas acidentais em redes de pesca, a degradação dos ambientes a poluição constituem ameaças de proporções mundiais. Já foram reportados níveis de PCBs e DDE na camada de gordura de alguns exemplares. São capturados intencionalmente com arpões no Japão, em São Vicente (Lesser Antilles), nas Ilhas Solomon, na costa oriental da África, e em Papua Nova Guiné. A captura acidental em redes de pesca parece ser relativamente comum no Brasil. Existem vários registros de capturas acidentais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Ceará.

Status:
É um dos delfinídeos menos conhecidos em todo o mundo e por isto encontra-se citado na categoria Dados Deficientes (IUCN, 1996).

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