(19/06/2019)
Mutação de Apoteose
“Euclides da Cunha é um autor que imprime muita oralidade na escrita, que inevitavelmente se transformou em música na aventura de transpor o livro para o teatro. Agora, é uma nova transposição, que parte da matéria criada pela encenação do Teatro Oficina, mas coloca novamente as palavras cantadas como motor do espetáculo. Voltar ao livro Os sertões, que revelou a força estética das insurreições, das lutas contra o martírio da terra, é muito importante nesse momento, em que devemos invocar inteligência, clareza, interpretação e eloquência”, afirma Camila Mota.
Para a realização do espetáculo, as composições, que são assinadas por autores como Tom Zé, Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhotto, Chico César, Karina Buhr, José Miguel Wisnik, Celso Sim e Péricles Cavalcanti, além do próprio coro de atores, serão reinterpretadas para representarem as urgências do Brasil contemporâneo.
O elenco contará com crianças e jovens de Paraty que vão participar de oficinas de teatro e música no período pré-Flip, como parte das ações de permanência do Programa Educativo da Festa Literária.
“As canções compostas para as montagens do Teatro Oficina formam um repertório maravilhoso e muito variado. É um trabalho coletivo e, mais do que isso, um encontro de diferentes talentos individuais”, diz Fernanda Diamant, curadora da 17ª Flip.
Para Mauro Munhoz, diretor geral e artístico do Programa Principal da Flip, “o trabalho coletivo do espetáculo dirigido por Camila Mota conversa com fundamentos primordiais da Flip: envolve jovens moradores de Paraty e integra linguagens como a literatura, o teatro, a dança e a música. Tudo isso após a fala de Walnice Nogueira Galvão. Da palavra dita à palavra cantada e encenada”.