Cronologia do Caminho do Ouro

Caminho do Ouro em Paraty

Material gentilmente cedido pelo Sitio Histórico e Ecológico do Caminho do Ouro.

Outros Nomes
Trilha Guaianá / Estrada da Serra do Facão / Estrada Geral da Serra do Mar / Caminho Velho / Caminho da Serra.

Antes dos Portugueses
Trilha usada pela nação dos Guaianás ou Guaiamimins para ligar a aldeia de cima (no Vale do Rio Paraíba) à aldeia de baixo (Paraty) conhecida por suas praias de efeitos medicinais.

1597
Martim Correia de Sá, filho do governador Salvador de Sá, desembarca na praia hoje conhecida como Praia de Martim de Sá, em Paraty e parte pela velha trilha em expedição de exploração e captura de escravos indígenas com 700 portugueses e 2000 índios.

1660
O Governador Geral Salvador Correia de Sá e Bonavide mandou abrir a estrada em ordem de 21 de agosto.

1695/1700
Portugueses descobrem que as minas do Ribeirão de Ouro Preto, do Ribeirão das Mortes e do Rio das Velhas são abundantes e começa a corrida do ouro.

1701
Representação feita pelo Conselho Ultramarino ao rei de Portugal aconselha a restringir “os caminhos que levam às Minas” porque “quantos mais forem os caminhos mais descaminhos haverá” e também porque “sendo por alguma nação invadidas as Minas serão necessários socorros de muitas partes”.

1702
O Governador do Rio de Janeiro, Capitão General Artur Sá de Meneses baixa em 17 de abril o Regimento das Minas que determinava que apenas o gado poderia ser levado até as Minas pelo caminho do sertão (pela Bahia) e que todas as demais mercadorias (inclusive o ouro) teriam que entrar pelo Rio de Janeiro “tomando daí o rumo de Paraty”. Esta determinação aumenta imensamente o trânsito pelo Caminho do Ouro fazendo com que o porto de Paraty se transforme em um dos mais importantes da colônia.

1703
Carta Régia de 9 de maio manda que se instale em Paraty, no alto da Serra do Facão, uma Casa do Registro do Ouro ou Casa de Quintar para controlar o fluxo do ouro da minas para o Rio de Janeiro e de pessoas e mercadorias no sentido oposto.

1704
Nova Carta Régia de 7 de fevereiro extingue todas as outras Casas do Registro a exceção das de Santos e de Paraty.

1710/11
(data aproximada) Iniciada a abertura de outro caminho seguindo direto por terra do Rio de Janeiro para as Minas passando pela Serra dos Orgãos e dividindo o tempo da viagem pela metade. Portugal proíbe o uso da estrada de Paraty para o transporte do ouro.

1715
O povo de Paraty pede em requerimento para o Rei de Portugal que a estrada seja novamente liberada e é atendido.

1726
Governador Luiz Vahia Monteiro determina por um Regimento do Registro da Estrada da Serra que seja cobrado seiscentos e quarenta reis de pedágio por tropa que transporte escravos e/ou mercadoria.

1728
Instruções do Governador de São Paulo ao Tenente de Mestre de Campo General Manuel Borges de Figueiredo para que verifique se o Registro da Serra está na jurisdição daquela capitania e se está cobrando corretamente o pedágio de duas patacas e quatro vinténs por pessoa e quatro por cavalo.

1756
Paratienses tentam, com sua influência, impedir os trabalhos de abertura da estrada nova que parte direto do Rio de Janeiro para as Minas e são repreendidos pelo Rei D. José, de Portugal.

1767
Terminam as obras principais da estrada da Serra dos Orgãos que fica chamando Caminho Novo e a estrada de Paraty passa a se chamar Caminho Velho. O Caminho da Serra do Facão não é ainda abandonado, mas seu movimento começa a cair.

1799
Com a queda do tráfico do ouro, Paraty se volta para a produção de aguardente (a famosa cachaça que passou a ser conhecida pelo nome da cidade) que é altamente utilizado na troca por escravos africanos e o Caminho do Ouro passa a ser utilizado cada vez mais para o tráfico ilegal de escravos, para escoar a produção do Vale do Paraíba e para levar para o Vale o luxo trazido da Europa para os Barões do Café.

1850
Imperador do Brasil, D. Pedro II, aprova uma lei proibindo o tráfico de escravos, mas o fim do contrabando de escravos não afeta profundamente o comércio que segue próspero em Paraty graças ao café e outros produtos que iam e vinham principalmente de Guaratinguetá.

1864
A Estrada de Ferro D. Pedro II atinge o Vale do Paraíba na cidade de Barra do Pirai. Todo o Vale começa a escoar por ai os seus produtos. A decadência de Paraty e do velho Caminho do Ouro se acelera.

1877
A estrada de Ferro chega a Guaratinguetá que passa a fazer seus transportes comerciais através da ferrovia. Paraty e o Caminho entram num irreversível processo de estagnação.

1888
A Princesa Isabel promulga a Lei Aurea abolindo totalmente a escravatura no Brasil causando prejuízos à indústria canavieira paratiense e determinando a total paralização dos trabalhos de conservação do Caminho, sempre feita por escravos. Mas de qualquer forma, a economia da cidade já havia entrado em colapso anteriormente e o movimento comercial na velha trilha guaianá já estava completamente abandonado.

1925
Uma nova estrada para automóveis é aberta aproveitando Trechos do antigo Caminho, mas fazendo um atalho que parte do Bairro dos Penhas (onde está a capela de N. S. da Penha), a 8 kms de Paraty, até encontrar-se novamente com o Caminho do Ouro na localidade de Estiva Preta, hoje conhecida como Fecha Nunca. Por esta estrada veio em 1929, o primeiro automóvel a chegar na cidade, que desceu mas não conseguiu subir de volta, ficando em Paraty.
Graças a este atalho que ficou abandonado mas também bastante intacto, o trecho do Caminho do Ouro que passa pela localidade do Souza e que inclui as ruinas da famosa Casa do Registro ou Casa dos Quintos, sobreviveu. Este é o trecho em que hoje se encontra o Sitio Histórico e Ecológico do Caminho do Ouro.

1930
Tanques e outros veículos militares da Revolução de Trinta, indo a caminho de São Paulo, destroem a estrada que fica outra vez intransitável.

1954
A Estrada é reaberta graças ao esforço de alguns paulistas que já principiam a tentar chegar na cidade de Paraty por interesse turístico.

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