
(Créditos: Daniel de la Hoz / iStock)
Dividir custos e memórias faz do turismo colaborativo uma escolha em expansão
Nos últimos anos as viagens em grupo têm ganhado mais espaço entre turistas brasileiros. A proposta desse tipo de turismo é de que, além de dividir os custos da viagem, as experiências vividas sejam compartilhadas e aproximem pessoas, gerando laços mais fortes.
Esse modelo turístico mostra mudanças no comportamento das novas gerações que valorizam não apenas o lugar visitado, mas também as conexões estabelecidas durante a jornada.
Dentre as cidades brasileiras que mais recebem turistas em viagens coletivas, podemos destacar Paraty, localizada no litoral sul do Rio de Janeiro. O seu centro histórico preservado e belas praias são atrativos para grupos turísticos que buscam um forte calendário cultural juntamente com contato com a natureza.
Altos custos mudam o comportamento
Um dos fatores que mais impulsionam o crescimento das viagens em grupo é a redução de custos. Dividir a hospedagem, transporte e ingressos de atrações para grandes grupos pode acabar reduzindo o valor individual que cada viajante pagaria caso estivesse sozinho.
Dessa forma, o orçamento para uma viagem mais elaborada se torna mais acessível. Em muitos casos, ao invés de altos gastos com hotéis, os grupos priorizam o aluguel de casas de temporada, hostels ou apartamentos para a divisão do valor ficar mais viabilizada.
Paraty, por exemplo, oferece um leque de hospedagens que atende a diferentes perfis de turistas coletivos. Desde casas coloniais, pousadas, até imóveis de temporada estão disponíveis na cidade para compartilhar a estadia.
Ao dividir despesas, os visitantes conseguem investir em passeios adicionais, como as famosas trilhas pela Mata Atlântica, passeios de barco pelas ilhas da baía para mergulhar e observar a fauna marinha.
Imersão cultural pela convivência
Um dos pontos que merece destaque nas viagens em grupo é a possibilidade de maior imersão cultural. Normalmente os grupos que viajam juntos buscam por atividades colaborativas, seja para cozinhar, manter o local de hospedagem organizado ou organizar passeios coletivos.
Em Paraty muitos visitantes aproveitam para participar das festas locais mais tradicionais, como a Festa Literária Internacional de Paraty ou a Festa do Divino para mergulhar na cultura local.
Justamente esse contato contínuo e aprendizado mais profundo da comunidade anfitriã que transforma a viagem em uma vivência que foge do superficial. A maior troca de conhecimentos, interesses diversos e tradições diferentes faz com que a experiência vivida seja mais intensa, carregando para cada indivíduo do grupo maiores bagagens culturais para o futuro.
Estilo de vida flexível
A tendência das viagens em grupo também se relaciona com outro movimento que têm ganhado mais notoriedade recentemente: o coliving. Esse modelo de moradia colaborativa, consiste em diferentes pessoas compartilhando o mesmo espaço em comum, seguindo uma filosofia de convivência muito semelhante ao turismo coletivo.
Diferente de uma república, onde os moradores são basicamente estudantes de universidade, o coliving é uma forma de reunir pessoas para viver em um imóvel compartilhado com senso de comunidade, sustentabilidade e colaboração em prol de uma experiência de vivência compartilhada mais agradável.
Assim como no coliving, as viagens em grupo se estruturam em torno da ideia de comunidade. Nos dois casos a premissa é dividir ambientes comuns, como a cozinha, sala de estar, área de serviço, etc. e criar oportunidades de interação e troca.
Paraty se mostra um cenário perfeito para o modelo híbrido entre viver e viajar coletivamente. Cada vez mais grupos de profissionais combinam períodos de trabalho remoto com a imersão cultural e natural que a cidade proporciona.
Seja em uma viagem para o litoral do nordeste brasileiro ou em um coliving no Rio de Janeiro, a experiência coletiva estimula conexões, troca de culturas e criação de laços humanos em um mundo cada vez mais digital e individualista.