Numa agradável conversa na tarde de 03/06/2016, com Marcos Henrique Rego e Beatriz de Oliveira Santos, gerente e coordenadora de programação do SESC Paraty, conhecemos melhor a proposta cultural do SESC para a cidade de Paraty.
Inicialmente, Marcos contextualizou a história do SESC, que completa 70 anos de existência. A instituição tem um Departamento Nacional, que funciona no Rio de Janeiro e seus departamentos regionais, presentes em todos os estados brasileiros. No entanto, o Departamento Nacional desenvolve alguns projetos especiais focando determinadas áreas, de forma a desenvolver uma experiência, uma pesquisa, uma metodologia de ação, que sirva de referência para todo o sistema SESC. É assim com o projeto ambiental no Pantanal, da Escola Nacional no Rio de Janeiro e, agora, com o Centro Cultural SESC Paraty, que, portanto, é um projeto ligado a esse Departamento Nacional.
A aproximação do SESC com a cidade se deu a partir de participações na FLIP, quando se percebeu quão rica é a cidade de Paraty. Seu Centro Histórico tombado, recheado de história e cultura, a beleza de sua mata, a vida no mar, a sua localização estratégica entre Rio e São Paulo, além do extenso calendário cultural que já existia.
O SESC inicia sua presença em Paraty adquirindo um belíssimo sobrado no emblemático largo Santa Rita e alugando uma casa na Rua da Matriz, 20, também no Centro Histórico. Recentemente, também o SESC fez uma parceria com o Silo Cultural, na Vila Colonial, para apresentações de espetáculos e realização de workshops.
Tradicionalmente, o SESC ao se instalar em uma cidade ou bairro, desenvolve um projeto, que pode abranger uma ou várias ações nas áreas de saúde, educação, lazer, esporte e cultura, e constrói suas unidades de forma a atender aos seus objetivos. No caso de Paraty, o processo foi totalmente diferente pois o SESC adquiriu um imóvel já construído e que faz parte de um centro tombado pelo patrimônio histórico nacional. Portanto, a reforma e adequação do imóvel para atender às atividades do SESC, deve obedecer às rigorosas regras do IPHAN.
O sobrado do largo Santa Rita já começa a ser aberto ao público para exposições de grande importância, como a de Beatriz Milhazes e, agora, as fotos da Festa do Divino, fruto de um workshop encabeçado pelo fotógrafo Walter Firmo. Para a FLIP 2016, o casarão deverá estar totalmente aberto e equipado com salas de atividades, sala de audiovisual, palco, pátio de convivência e um charmoso bistrô.
Mas, a grande novidade que Marcos revela em primeira mão é que o SESC está definindo um local, fora do Centro Histórico, para construir uma nova unidade com sala de teatro, sala de cinema, área de convivência e muito mais. Portanto, em breve, Paraty receberá mais um espaço importante, totalmente destinado às atividades culturais.
O SESC busca se inserir no cotidiano da cidade, respeitando e ajudando a preservar a cultura local. Marcos conta que estão começando a fazer uma pesquisa relativa à rabeca em Paraty. Este instrumento já fez parte dos grupos de cirandeiros e hoje não mais está presente nos grupos que tocam cirandas em Paraty. O SESC também dialoga e participa ativamente de eventos que já existem na programação cultural da cidade, como a Folia Gastronômica, o Paraty Eco Festival, a Caravana Paraty, entre outros.
Mas, além de conviver com a realidade local, o SESC traz à cidade informações, linguagens e experiências com o que de melhor é produzido no Brasil. Para a próxima FLIP, a equipe promete uma extensa programação, que em breve será divulgada.
Nossa conversa aconteceu no primeiro dia do projeto VIVA HERMETO. A equipe do SESC Paraty, ao planejar a programação cultural para 2016, percebeu que nosso querido bruxo Hermeto Pascoal completaria 80 anos em junho e que esta seria uma grande oportunidade para reverenciar nosso grande músico, presenteando também a cidade de Paraty com sua música.
