(26/11/2019)
É a poetisa americana Elizabeth Bishop
“Não é uma coincidência que Liz Calder, uma das forças criadoras da Flip, tenha encerrado a edição deste ano com a leitura de um poema dela. A Bishop está em nossa lista de possíveis autores homenageados há mais de dez anos”, diz o diretor artístico Mauro Munhoz. É a primeira vez desde sua criação, em 2003, que a Flip escolhe um estrangeiro para a homenagem. “Oswald de Andrade e a turma da Semana de 22 já digeriram essa questão do que é arte brasileira muito tempo atrás. Não é por ter sido escrita em língua inglesa que a poesia de Bishop está menos encharcada do Brasil que a de Drummond ou João Cabral de Melo Neto.” Para Mauro, a escritora cumpre à perfeição a missão originária da homenagem, mais atual do que nunca em 2020 – “fazer a rica experiência da arte brasileira ser melhor reconhecida em qualquer lugar do mundo”.
Para a curadora Fernanda Diamant, Elizabeth Bishop é antes de tudo uma das mais importantes poetas do século 20. “Dito isso, ela viveu mais de quinze anos no Brasil e produziu parte de sua obra aqui, claramente influenciada pela experiência estrangeira e brasileira. Basta ler suas cartas para termos clareza disso”, diz Diamant. “Ela foi também uma importante difusora da literatura brasileira nos países de língua inglesa, tendo traduzido nossos maiores poetas.”