Dando sequência à nossa tentativa de resgatar em imagens um pouco das memórias da FLIP, segue aqui uma lista de autores homenageados e dos shows que fizeram a abertura de todas as edições… E mais alguns bônus!
E, para abrir esse texto, nada melhor que nosso Millor, homenageado da FLIP 2014… Uma frase que me lembra muito Paraty, um lugar onde coisas incríveis acontecem!
Em 2003, o autor homenageado foi Vinicius de Moraes
Esse ano a festa não contou com um show de abertura, mas o tributo contou com a presença do então Ministro da Cultura Gilberto Gil, e com o poeta, compositor, cantor e escritor Chico Buarque; além de contar com Ferreira Gullar, o mais celebrado poeta brasileiro da atualidade; a cineasta Susana Moraes, filha de Vinicius; o escritor paratiense José Carlos de Oliveira Freire; o poeta, filósofo e compositor Antonio Cicero e Adriana Calcanhoto, uma das mais destacadas cantoras e compositoras brasileiras da atualidade.
Em 2004, o autor homenageado foi Guimarães Rosa,
que construiu uma obra absolutamente própria, traduzida para diversas línguas apesar das gigantescas dificuldades de transposição.
Uma homenagem a Guimarães Rosa com direção artística de José Miguel Wisnik e as participações de Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, o Grupo Uakti, a cantora Mônica Salmaso e Arto Lindsey marcou a abertura da segunda edição da FLIP, em Paraty.
O sucesso da primeira edição da FLIP refletiu já na edição seguinte: o portal www.terra.com.br noticiou no dia 08/06, que os ingressos que começaram a ser vendidos no dia anterior já estavam em boa parte esgotados!
Em 2005, foi a vez de fazer as honras da casa a Clarice Lispector (1920-1977),
a narradora que nascida na Ucrânia, escolheu o Brasil e o português do Brasil como pátria literária. Lispector trilhou um caminho singular, em que a matéria muito pessoal só tinha par na inovação formal de seus livros; não bastasse isso, conquistou um público leitor dos mais amplos e fiéis, e tornou-se uma das vozes da literatura brasileira mais conhecidas no exterior.
Para a abertura foi convidado o diretor cênico Naum Alves de Souza que apresentou um espetáculo multimídia, conjugando depoimentos, leituras, canções e entrevistas inspiradas na obra de Lispector.
Para se apresentar no show de abertura da FLIP 2005, o sensacional Paulinho da Viola.
Jorge Amado foi o autor homenageado na FLIP 2006.
Jorge Amado, o mais popular dos escritores brasileiros, é também o mais conhecido e lido no exterior. Sua obra transcendeu os limites do regionalismo modernista a que foi identificada num primeiro momento, para fazer da Bahia um microcosmo do país, em sua combinação de costumes tradicionais, humor popular, sincretismo religioso, sensualidade e crítica social. Nas palavras de Ferreira Gullar, muitos das personagens de Amado incorporaram-se ao imaginário de gentes de todos os povos e países: elas nos ensinam o Brasil.
E, para reiterar a relação afetiva de Jorge amado com a Bahia, o show de abertura dessa edição da FLIP ficou a cargo de Maria Bethânia.
A cidade, em festa…
Repare que a praça ainda não havia sido reformada; a ponte ainda conservava os ares de antigamente…
Em 2007, o autor homenageado foi Nelson Rodrigues,
o principal dramaturgo brasileiro e um dos nossos melhores escritores, um sujeito que soube como poucos garimpar o que existe de universal e grandioso no universo do cotidiano banal.
Uma apresentação da transbordante Orquestra Imperial com o convidado João Donato, o maior coletivo de talentos contemporâneos da música brasileira, abriu a festa com carnaval e funk, gafieira e soul, samba e bolero.
Em 2008, foi a vez de Machado de Assis… “Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.”
A frase é do conto “O empréstimo”, de Machado de Assis, e veio a calhar no centenário da morte do escritor.
O sentido da ironia é claro: morto o autor, os defeitos e imperfeições devem ser postos de lado, começa a idealização de sua imagem. Eis o tipo de tributo que combina pouco com a FLIP 2008: o festejo que não tem seu principal fundamento na análise crítica, mas na mera cristalização de um símbolo.
Uma incursão pelo samba dos anos 30, 40 e 50 marcou o show de Luiz Melodia, que fez uma leitura da produção de compositores como Geraldo Pereira e Cartola, afinal, Machado de Assis foi dos primeiros escritores a identificar a importância da música popular urbana para a constituição da sociedade brasileira. Abrindo a noite, Luiz Perequê, músico paratiense.
Em 2009, a sétima edição da FLIP homenageou o escritor pernambucano Manoel Bandeira,
A obra poética de Bandeira ocupa lugar indiscutível na tradição literária brasileira. Livros como A cinza das horas (1917), Carnaval (1919) e Libertinagem (1930) tornaram-se marcos da poesia brasileira – mas há tempos não são objeto de atenção do meio editorial.
O show de abertura da FLIP trouxe aos palcos Adriana Calcanhoto, com abertura de Rômulo Fróes e banda.
A montagem da tenda dos autores… A equipe da empresa responsável ficou 1 mês em Paraty para garantir que a estrutura ficasse impecável!
O sociólogo Gilberto Freyre foi o homenageado da 8ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (em 2010).
Com a crescente atuação do Brasil no cenário internacional, bem como o bom desempenho da economia e a seleção do país como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, veio a escolha de homenagear o autor que primeiro analisou a constituição da sociedade brasileira sob uma perspectiva positiva.
Edu Lobo, Renata Rosa, com Marcelo Jeneci e Quarteto de Cordas da Academia da Osesp fizeram o show de abertura da FLIP 2010.
Considerado o mais inovador dentre os escritores do modernismo, Oswald de Andrade foi o grande homenageado da 9ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, em 2011.
Oswald de Andrade (1890-1954) foi protagonista da Semana de 22 e abriu caminhos para grandes nomes como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e os poetas concretos.
Além de ter sido um precursor da Tropicália e da “poesia marginal” dos anos 70, Oswald escreveu Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924), Pau Brasil (1925) e Manifesto Antropófago (1928) e introduziu a prosa experimental no país, com Memórias Sentimentais de João Miramar (1924).
Após as tradicionais falas de Mauro Munhoz, Liz Calder e o Prefeito de Paraty, começou o show, com direção de Zé Miguel Wisnik, que domina as duas áreas: literatura e música. Com um roteiro bem montado, Zé, Celso Sim e banda executaram peças com letra de Oswald ou baseadas na obra de Oswald. A Elza Soares entrou e foi ovacionada.
Em 2012, o autor homenageado foi Carlos Drumond de Andrade,
considerado por muitos como o maior poeta brasileiro de todos os tempos.
Um dos traços marcantes da obra de Drummond é que ela desde cedo soube combinar as invenções modernistas com um grande domínio da forma poética e uma visão aguda dos dilemas humanos.
Para se apresentar o convidado foi Lenine, com abertura da ciranda de Tarituba, um grupo regional que representou as festas tradicionais de Paraty.
Graciliano Ramos foi o homenageado da FLIP 2013
Um escritor que baseou-se principalmente em experiências pessoais para escrever seus romances.
A favor da literatura ao alcance de todos e contra ao fato dela se tornar muitas vezes um símbolo de distinção entre as classes sociais, o autor defendia que escrever poderia ser uma atividade de poucos, mas não para poucos: “a palavra não foi feita para brilhar, mas para dizer”, disse certa vez.
O show dessa 11ª edição da FLIP foi com Gilberto Gil que, num show intimista, com violão e percussão, o grande cantor e compositor revisitou alguns dos maiores sucessos de sua carreira. A abertura do show foi com o artista paratiense Luiz Perequê.
A FLIP 2014 homenageará Millor Fernandes…
E eu aqui, escrevendo sobre as memórias da FLIP, na tentativa de baixar um pouco minha expectativa por mais essa edição…
Você está assim como eu, esperando… esperando… esperando… ?
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E, para esquentar os motores para a FLIP 2014… Mais uma de nosso grande Millor
Capacidade de saber cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo sobre nada.
Para montar este post, as descrições dos autores homenageados e os textos correspondentes foram retirados do site www.flip.org
Tive dificuldade em encontrar fotos das tendas dos autores de todos os anos… Se você tiver alguma e quiser compartilhar conosco, envie um e-mail para webmaster@paraty.com.br, ok?
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