Paraty, turismo, cultura e natureza

Mostra Biodiversidade em Audiovisual

Mostra Biodiversidade em audiovisual

No dia 30 de janeiro, às 19h, Paraty será palco da Mostra Biodiversidade em Audiovisual, com exibição dos documentários “Caiçara”, de Oskar Metsavaht, e “Vento Contra”, de Adriana Mattoso, seguida de roda de conversa com os diretores. O evento, realizado pela Casa da Cultura de Paraty, em parceria com o Instituto- E, com apoio da Prefeitura, através da Secretaria de Cultura de Paraty e do Cinema da Praça, é gratuito e aberto ao público

Na próxima quinta-feira, 30 de janeiro, às 19h, a “Mostra Biodiversidade em Audiovisual” terá a sua primeira edição de 2025, no Cinema da Praça, no Centro Histórico de Paraty. O evento, realizado pela Casa da Cultura em parceria institucional com o Instituto E, apresenta os documentários “Caiçara” (2022), de Oskar Metsavaht, e “Vento Contra” (1979), de Adriana Mattoso, e uma roda de conversa com os diretores e convidados especiais.

A Mostra tem como propósito promover a conscientização socioambiental e destacar a importância da conservação da biodiversidade. “A ideia é tornar mais evidente a importância da conservação e discutir o histórico que envolve a proteção ambiental, que muitas vezes não é conhecida o suficiente pela população de Paraty”, diz Nina Braga, uma das idealizadoras e curadora da Mostra.

Reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO por sua paisagem natural e cultural, Paraty é um lugar emblemático para discutir a conservação ambiental. A cidade histórica abriga importantes áreas protegidas, como o Parque Nacional da Serra da Bocaina e a APA Cairuçu, além da Reserva Ecológica da Joatinga, fundamentais para a conservação da biodiversidade. Suas raízes caiçaras, indígenas e africanas reforçam a relevância dos temas abordados nos filmes, conectando passado e presente em uma narrativa de conservação e resistência.

Oskar Metsavaht (artista, ambientalista, embaixador da UNESCO para Sustentabilidade e para a Década do Oceano, fundador da Osklen e do  Instituto-E) dirige o curta-metragem ‘Caiçara’ sobre o consumo consciente de produtos do ecossistema marítimo, e a importância de práticas sustentáveis, como o respeito ao período de defeso, que protege a reprodução dos peixes e assegura a manutenção da biodiversidade marinha. A figura principal, uma criança caiçara, reflete sobre essa questão e por meio do olhar e do seu conhecimento ancestral traz para a superfície essa importante reflexão. O curta faz parte da antologia INTERACTIONS, projeto da ONG suíça ‘Art for the World’, que reúne obras de doze cineastas internacionais, como Isabella Rossellini e Faouzi Bensaïdi, criando conexões entre humanos e animais através da biodiversidade, mudanças climáticas, meio ambiente e riscos hídricos. Sua estreia mundial foi no Festival de Cinema de Roma em 2022, seguido de outros festivais internacionais e menções honrosas.

“Vento Contra” (1980), por sua vez, retrata o modo de vida e a resistência dos caiçaras de Trindade, Sono e Ponta Negra, em Paraty, entre 1978 e 1980, à pressão de multinacionais e empreendedores imobiliários que tentavam expulsá-los de suas terras. Dirigido por Adriana Mattoso, arquiteta e fotógrafa especializada em gestão de áreas protegidas, o documentário de 40 minutos apresenta imagens marcantes da luta pela conservação de modos de vida tradicionais em um momento crítico da ocupação territorial. Após a exibição dos filmes, haverá uma roda de conversa com a presença dos diretores e de Maria Guadalupe, moradora de Trindade e uma das lideranças ambientais da comunidade, com mediação de Nina Braga.

Ambos os documentários abordam temas profundamente conectados a Paraty, como o filme “Caiçara”, que destaca a pesca como uma atividade vital para a cultura e a sobrevivência das comunidades tradicionais. “A pesca predatória tem sido praticada em Paraty, vemos barcos de arrasto usando técnicas prejudiciais ao meio ambiente. É importante abordar este tema e lembrar que a pesca, o turismo, são atividades benéficas, quando praticadas de forma consciente, sustentável, gerando frutos para a comunidade”, observa Nina.

Este primeiro encontro de 2025 marca o início de um ciclo de cinco edições da Mostra Biodiversidade em Audiovisual previstas para este ano. As duas edições anteriores, realizadas em 2023, trouxeram uma rica diversidade de temas e convidados. Realizada pela Casa da Cultura, com apoio da Prefeitura de Paraty, por meio da Secretaria de Cultura e do Cinema da Praça, o evento cria um espaço não apenas de reflexão, mas de troca de experiências entre realizadores e o público local, fortalecendo o diálogo sobre sustentabilidade.

O Cinema da Praça, no Centro Histórico, em frente à Praça da Matriz, tem 120 lugares. A Mostra é gratuita e aberta ao público, com senhas distribuídas uma hora antes do início.

Serviço:  Mostra Biodiversidade em Audiovisual

  •  Data: 30 de janeiro, quinta-feira
  • Horário: 19h
  • Local: Cinema da Praça

Rua Marechal Deodoro, 3 – Centro Histórico
IG: @cinemadapracaparaty

Todas as sessões são gratuitas, basta retirar o cartão de acesso 1h antes, com cadastro. Quem não tem o cadastro, pode fazê-lo de segunda a sexta das 9h às 17h, portando um documento de identificação com foto, para evitar filas.

Programação:

 Caiçara (2022) – 8 minutos

 Curta-metragem de 8 minutos de duração, dirigido por Oskar Metsavaht, que aborda a pesca consciente e a ameaça da pesca predatória ao ecossistema marítimo. Esse alerta pode estar em vários lugares por se tratar de uma emergência global, mas foi filmado no Rio de Janeiro, em uma das mais antigas colônias de pesca artesanal do Brasil. A figura principal, um jovem caiçara, filho e neto de pescadores, reflete sobre essa questão por meio do seu conhecimento ancestral. O curta faz parte da antologia “Interactions” ,  projeto da ONG “Art for the World”, que reúne trabalhos de doze cineastas internacionais que criam conexões entre Humanos e Animais por meio da Biodiversidade, Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Riscos Hídricos.

Ficha técnica:
Art For The World – apresenta
Oskar Metsavaht – diretor
Victoria Visco Mendonça – co-diretora
Daniel Reznik e Maria Viveiros – produção executiva
Studio OM.art e Nathalia Scarton – produtores
Cosmo Cine – Co-produtores
Oskar Metsavaht e Victoria Visco Mendonça – roteiro
Bernardo Negri – diretor de fotografia
Marcelo Lince – edição
Gabriel Diniz, Manasí da Silva Rebouças e Manoel Pereira Rebouças – atores

 

Vento contra (1980) – 40 minutos

O filme documenta o modo de vida e a resistência dos caiçaras de Trindade, Sono e Ponta Negra, em Paraty, entre os anos de 1978 e 1980, contra as pressões de multinacionais e outros empreendedores Imobiliários que tentaram expulsá-los das praias paradisíacas onde viviam e ainda vivem, há várias gerações. Imagens deste filme têm sido utilizadas em produções, como “Caiçaras e donos do PIB “, da Folha de São Paulo em 2023, que relata os problemas que ainda persistem entre o Condomínio Laranjeiras e os caiçaras da Praia do Sono e Ponta Negra.

Ficha técnica:
Documentário em 16mm, 40 minutos, 1980
Adriana Mattoso – Diretor
Oca Cinematográfica – Produção
Prêmio Estímulo Secretaria de Estado da Cultura SP

Roda de conversa

 Nina Braga
Graduada em Sociologia e Ciências Políticas e em Psicologia, Mestre em Ciências da Saúde e com pós-graduação em Antropologia Social, Nina Braga dirigiu o Instituto-E de 2007 a 2020 e agora integra o Conselho Estratégico desta OSCIP. Autora e organizadora de coletâneas e artigos científicos, sobretudo na área de psicologia neonatal e saúde coletiva, Nina também realizou alguns premiados documentários ambientais. É uma das idealizadoras e curadora da Mostra Biodiversidade em Audiovisual em Paraty.

Oskar Metsavaht
Artista, designer e ambientalista com formação acadêmica em Medicina. Fundador e diretor de criação e estilo da Osklen, precursor do conceito que prima pela fusão entre ética e estética e preconiza a moda consciente comprometida com a filosofia ASAP | as sustainable as possible, as soon as possible, que traz a urgência de agir da maneira mais sustentável possível no nosso dia a dia e um chamado para a adoção de melhores práticas de impacto social e ambiental. Fundador e presidente do Instituto-E, uma OSCIP que atua como um hub aplicando conceitos e práticas de Sustainable Design Thinking para promover um desenvolvimento humano mais sustentável por meio de projetos socioambientais.Diretor criativo do studio OM.art, onde reúne seu ateliê de artes plásticas, o espaço expositivo e o estúdio para desenvolvimento e produção de projetos de arte, ciência e filosofia. Embaixador da UNESCO para Sustentabilidade e para a Década do Oceano ONU 2021-2030.

Adriana Mattoso
Arquiteta e fotógrafa, especialista no planejamento e gestão de áreas protegidas no litoral de São Paulo e região.

Maria Guadalupe
Moradora de Trindade, chegou à comunidade na época da ditadura militar. Viveu todo o processo de expropriação promovido por uma multinacional nos anos 70 e resiste até os dias de hoje na praia do Cachadaço, com seu núcleo familiar. É protagonista do primeiro termo de compromisso entre o Parque Nacional da Serra da Bocaina e a sociedade civil, que reconhece sua permanência e de sua família no território.

Sobre o Instituto E
Fundado e presidido por Oskar Metsavaht, o Instituto-E é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que, há mais de 30 anos, desenvolve conceitos e práticas autorais para promover o desenvolvimento sustentável.

Informações para a imprensa:  Rosane Queiroz
rosanequeiroz.com@gmail.com
tel. 11 – 96081-8447

Instituto-E: Christiana Miranda
christiana.miranda@inpresspni.com.br
Tel. 21-99466-3579

Ana Beatriz Mauro
ana.mauro@inpresspni.com.br
Tel. 21-99216-3584

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