Índios Guarani em Paraty
Os índios Guarani em Paraty
A presença Guarani em terras paratienses reconta a tempos muito antigos onde o mito da “Terra sem Mal” os trouxe para o litoral sul-fluminense.
A proximidade do mar e a riqueza da Mata Atlântica transformaram-se em abrigo ideal para este povo resistente que luta diariamente para preservar suas culturas e tradições.
Os Guarani do Brasil meridional podem ser divididos em três grupos: Nhandeva, Mbyas e Kaiovas, devido às ligeiras diferenças entre as numerosas aldeias.
A divisão dos três sub-grupos se justifica por diferenças linguísticas, na cultura material e não material.
Assentamentos em Paraty
A presença dos Guaranis no litoral do Rio de Janeiro liga as correntes migratórias provenientes do oeste que vem descendo desde o princípio do século XVII, o movimento das jornadas seria a busca da “terra sem males” ou em guarani yby opa e yby maray.
Na sua relação com gente estranha exigem que o guarani se presente vestido. A função da indumentaria ocidental é aparentar civilidade evitando assim críticas e zombaria sendo-lhes mais fácil conservar os seus valores culturais aos quais não querem renunciar.
Em Paraty temos duas aldeias Guarani-Mbya, (a palavra mbya significa gente), ambas com terras demarcadas pela FUNAI, Tekon Tatim (79 ha) que se localiza em Paraty Mirim e Tekoa Araponga (223 ha) localizada no Patrimônio, e um assentamento Guarani – Nhandeva localizado em Rio pequeno (18 ha). Nas aldeias os indígenas vivem dedicando-se à agricultura, artesanato e eventualmente à caça.
Para agendar visitas às aldeias, entrar em contato com a FUNAI.
A Economia nas aldeias
A eficiência econômica do indivíduo não representa fonte de prestígio especial porque é predominante a produção e consumo comunitário e a orientação mística da cultura. Eles têm um predomínio extraordinário da religião em todas as esferas da cultura inclusive na economia.
Os principais cultivos são de arroz, feijão, arroz, mandioca, cana de açúcar, batata doce, amendoim e tabaco.
O significado pirapiré é traduzido como moeda ou dinheiro. Existe para ser gasto, não se trata de economizá-lo e sua poupança não tem função alguma. Os trabalhos na aldeia podem ser individuais ou coletivos em mutirão, puxirão ou pytybó, tanto na agricultura como nas construções.
A caça e a captura de animais fazem parte das atividades cotidianas dos Guaranis. Eles usam vários tipos de arapuca chamadas mondeu e também algumas armas dos brancos. Em consequência dos contatos culturais, a técnica de fabricar armas tradicionais passou a ser uma atividade comercial. Para a pesca eles usam técnica de parí ou mondeu para peixe.
As casas tradicionais dos Mbyas são feitas de pau pique e telhadas com folhas de guaricanga (espécie de palmeira) ou sapé.
Para construção da Opy ou casa de rezas são usadas pau a pique.
A chefia da comunidade é feita pelo cacique. O vice-cacique é o lider espiritual, Nhanderú ou cheramoi, secundado pelos yby raija.
A música forma parte do dia a dia do Guarani eles a utilizam no nheboé e no Jeroky – Dança cerimonial.
Autora do Catálogo: Liliana González Rojas
Maiores Informações: Associação Artístico Cultural Nhandeva